terça-feira, 4 de setembro de 2007

Dicas de Matéria Ao Vivo

Dicas

Seja conciso e direto no relato dos fatos e circunstâncias.
Sinta o ambiente e busque referências concretas que dêem vida à matéria: a hora exata, o local, pessoas etc.

No relato dos fatos, explore verbos, não adjetivos. A função do repórter é informar e não opinar.
Seja profissional em qualquer situação. Mesmo emocionado, não deixe de apresentar os fatos que o público espera ouvir do repórter.

Nas matérias ao vivo, redobre os cuidados com a transmissão da informação. Num contato prévio com o entrevistado, procure “pinçar” as informações que poderão ser extraídas. O cuidado com a linguagem também deve ser redobrado.

Antes da entrevista

Se a entrevista for marcada co antecedência, solicite ao entrevistado dados e números.
Antes de sair, informe-se sobre o assunto. Quanto mais informações você obtiver previamente, maior será a probabilidade de acertar o alvo, isto é, ir direto ao que é importante. Se o diretor da área de mercado de capitais do Banco Central está no Recife, telefone para outras fontes para saber o que o mercado deseja saber do governo. Identifique o que a informação representa para o investidor. Só assim você fará uma entrevista realmente interessante.

A reportagem é trabalho de equipe. Peça ajuda a colegas sobre a matéria. Se está de saída par uma reportagem sobre um bairro do Recife, colha informações sobre o local. Contribuições enriquecem a matéria.

Para matérias especiais, leia livros e pesquise no arquivo de fitas. O desconhecimento o assunto leva a perguntas impróprias, irritando entrevistado e ouvinte.

Deixe de lado seus preconceitos. Eles interferirão na condução da entrevista.
Tenha preparado o material: gravado, pilhas e fitas extras, papel e caneta para anotações.

Na Entrevista

Observe ambiente e entrevistador. Não basta olhar. É preciso enxergar.
Seja direto e peça concisão nas respostas do entrevistado. “O senhor teria dois minutos para me informar ..., e comece pelo ponto de mais interesse.

Aprenda a pronunciar corretamente o nome do entrevistado.
Com exceção de personalidades populares, como artistas, atletas e menores estudantes, trate o entrevistado por “senhor”, “senhora” e “doutor” quando se tratar de médico, juiz, advogado ou professor que defendeu tese de doutoramento.

Ao falar, inicie a matéria com o lide – o fato mais importante. Apresente o entrevistado de modo completo: nome, sobrenome, função e órgão ou entidade a que pertence. Nas matérias ao vivo, dê a hora certa e o local onde está sendo feita reportagem. “Às 10 horas e 15 minutos, a Rádio Unicap fala do hospital da Restauração”.

Lembre-se de que a precisão é o fundamental numa entrevista. Evite perguntas vagas que levam a respostas vagas.

Não se prenda a perguntas preestabelecidas. Se a conversa mudar de rumo, improvise as perguntas, procurando tirar do entrevistado que ele tiver de mais interessante a informar.

Não deixe passar nada obscuro. Busque a nitidez, encorajando o entrevistado a dar mais detalhes, ou insistindo para que explique melhor. Além de esclarecer você ganha tempo para digerir o que foi dito.

A preocupação com síntese não pode prejudicar a nitidez da entrevista.
Mantenha o ouvinte sempre informado sobre quem está sendo entrevistado, identificando-o pelo nome e cargo que ocupa. A melhor forma de tratamento em rádio é a designação do cargo ou profissão: “presidente Lula”, “Reitor Padre Pedro”, “Professor Carlos Benevides”.

Se o entrevistado fugir do assunto, recoloque-o no roteiro previsto, desde que o previsto seja mais interessante para o ouvinte.

Faça perguntas curtas, diretas e uma de cada vez.
Tire da cabeça perguntas óbvias ou banais – “A senhora está triste?”.
Evite perguntas que exijam como respostas uma “conferência” sobre assunto.

Não faça afirmações disfarçadas em perguntas, isto é, perguntas que só possam ser respondidas por “Sim” e “Não” . Prefira perguntas que comecem por “Como”, Onde” , “Por Quê” etc. No caso de perguntas que só podem ser respondidas por “Sim” e “Não”, pergunte em seguida: “Por Quê?”.

Escute atentamente as respostas, do contrário correrá o risco de perguntar aquilo que o entrevistado já disse.

Procure em cada resposta o “gancho” para a pergunta seguinte. Provavelmente ela será mais apropriada do que a que consta do seu roteiro.

Comande a entrevista. Se a resposta já tiver sido suficiente, detenha o entrevistado e passe para a pergunta seguinte. Com tato, sem cortá-lo no meio da frase. Esclareça pontos confusos, resuma e sublinhe os pontos mais importantes.

Evite “segundo os jornais” ou “o senhor me disse antes da entrevista...” Diga simplesmente “sabemos que...”.

Não “apareça” mais do que o entrevistado. Isto irrita o ouvinte. Não dê sua opinião, mas faça o entrevistado opinar.

Tratar o entrevistado com respeito não significa aceitar contradições, exageros e falsas afirmações. Cumpra seu papel de representar o ouvinte.

Lembre-se de que porcentagens são mais expressivas do que cifras absoltas, e comparações são ainda mais expressivas do que as porcentagens.

Se a entrevista for longa, divida-a em partes de mais ou menos quatro minutos ou por assunto. Durante a gravação, você pode fazer a separação, dizendo algo assim: “Estamos ouvindo... a respeito de... Daqui a pouco voltaremos a falar sobre... ‘..Em seguida: “Voltamos a falar de...”. A gravação desta separação facilita o trabalho posterior.

Evite refazer a entrevista Ela perde espontaneidade.

Pense sempre no ouvinte: “Será que ele está interessado e entendendo o que estamos falando? “
Evite murmurar enquanto o entrevistado está falando. Murmúrios são desagradáveis no ar.

Encerre a entrevista, repetindo a informação mais importante, nome e cargo do entrevistado.
No encerramento, agradeça ao entrevistado apenas quando se tratar de informações de interesse científico e cultural.

Fonte: Manual de Radiojornalismo da Jovem Pan

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